quinta-feira, 18 de março de 2010

Doença de Parkinson 3 de 3 – Promover atividades físicas

Parkinson Desease 3 of 3 – Promote physical activities
 
Complementando as postagens anteriores ainda embasando-se no artigo da Physical Therapy1, seguimos com as principais evidências para o tratamento fisioterapêutico do indivíduo com Doença de Parkinson.
Morris apontou três elementos principais para o tratamento fisioterapêutico destes indivíduos: 1. Ensinar a pessoa como se movimentar mais facilmente mantendo a estabilidade postural através de “treinamento por estratégia” (strategy training); 2. Manejar seqüelas secundárias dos sistemas músculo-esquelético e cardio-respiratório; e 3. Promover atividades físicas ou práticas corporais.
Promover atividade física:
Atividades recreativas de intensidade moderada a vigorosa tendem a reduzir o risco futuro de desenvolver a Doença de Parkinson (dados de 143.325 indivíduos seguidos por 8 anos). É importante convencer os indivíduos com a doença a fazer adaptações de longo prazo para integrar-se a alguma atividade física vigorosa imediatamente após o diagnóstico.
Auxiliá-lo nesta integração faz parte da Fisioterapia. Identificar o interesse por exercícios em grupo ou sozinho, em casa ou na comunidade, conforme o tipo de atividade (dança, ciclismo, caminhada). Garantir a aderência é uma dificuldade adicional.
Fonte: Grupo de dança flamenca na melhor idade "No balanço das ondas", Balneário Camboriú, SC.
Sessões semanais de fisioterapia ao longo de todo o percurso da doença também não são realísticas nem desejáveis.
Seguimento regular para reavaliações e acompanhamento é recomendável. O fisioterapeuta pode passar de executor ou instrutor para consultor das atividades que o paciente executará.
O paciente precisa ser co-responsável pelas suas atividades e exercícios (empoderamento).
O risco de queda é eminente, principalmente ao se tentar realizar múltiplas tarefas, ao retornar (virar) durante a caminhada e na presença de acinesia (“freezing”). Familiares e o paciente devem estar atentos a estes fatos e receber orientação adequada.
Além de todas as recomendações, os autores citaram outros recursos alternativos propostos nos últimos anos, como o uso de treinamento em esteira (resultados positivos, mas em 3 estudos com 17, 54 e 30 indivíduos), Tai chi (melhora significativa do equilíbrio e modesta na marcha, n=33) e plataformas vibratórias (sem melhora significativa se comparada ao controle, n=27).
Á despeito de serem longos, estas considerações servem para situar o atual “estado da arte” do tratamento fisioterapêutico dos indivíduos com Doença de Parkinson. Algumas afirmações não são novas, e já foram muito bem descritas em português há algum tempo2, mas servem para reforçar as estratégias empregadas na clínica diária.
Espero que tenham aproveitado! Mais diretrizes clínicas (guidelines) aqui e consenso de 2009 de um Simpósio de desordens do movimento aqui.
1. Morris ME, Martin CL, Schenkman ML. Striding out with Parkinson disease: evidence-based Physical Therapy for gait disorders. Physical Therapy 2010:90(2):280-8.
2. André ES. Moléstia de Parkinson. Fisioterapia em Movimento 2004:17(1):11-24.

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