sexta-feira, 30 de abril de 2010

Consort 2010

A documento "CONSORT 2010 statement" foi co-publicado por oito jornais no mês passado, incluindo The LancetTrials, BMC Medicine, PLoS Medicine, Annals Internal Medicine. Todos os periódicos disponibilizaram acesso gratuíto ao artigo, o que permitirá uma enorme vizualização ao mesmo.

Construído sob novas evidências e experiências, a versão revisada das diretrizes para ensaios clínicos tem a intenção de melhorar os relatórios de ensaios clínicos controlados randomizados através de uma lista de verificação (cheklist) dos itens essenciais a serem utilizados por autores, revisores e editores.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Novo endereço!

www.fisioterapiaemevidencia.com 

Este é o endereço de acesso oficial deste site a partir de hoje.

O antigo endereço será mantido, e dará acesso as mesma informações.

Optamos por um domínio próprio pelas vantagens oferecidas, entre elas, a simplificação do endereço de acesso.

domingo, 25 de abril de 2010

Atualizações no site

Site Updates

Pelo dinamismo e velocidade dos ajustes e adequação das publicações do site, destaco algumas modificações recentes. Adicionei novos links da barra direita, novas notícias, links para os artigos de acesso livre publicados pelo autor, link para a tese sobre paralisia facial, outros links para revistas de Fisioterapia nacionais (nem todas as revistas de acesso livre) e o item agradecimento, não menos importante.

Estou curtindo a experiência de blogeiro, e agradeço demais os mais de 1000 acessos desde janeiro deste ano. Espero, sinceramente, que as informações aqui postadas tenham algum sentido ou utilidade para quem visita o site. Os comentários de quem passa por aqui são importantíssimos, para que possamos, se necessário, readequar o conteúdo ou o tratamento das informações.

Logo, logo, espero que mais novidade venham pela frente.

Abraço a todos os visitantes e colaboradores,
Lázaro J. Teixeira

terça-feira, 20 de abril de 2010

Revista Brasileira de Fisioterapia

Brazilian Journal of Physical Therapy

Quero destacar a postagem do Blog Mais Fisio (link aqui) do dia 13 de abril, que divulgou que a Revista Brasileira de Fisioterapia foi indexada no MEDLINE. Acrescento a ótima notícia também de sua inclusão no Journal of Citation Report (JCR), o que, nos próximos anos, indicará seu fator de impacto1.

Mais do que consolidar a importância deste veículo para as pesquisas nas áreas da Fisioterapia, estas inclusões sirviram como um ponto a ser ponderado pelos autores na escolha do periódico para publicação de pesquisas brasileiras de qualidade.

Mas vem a pergunta: - Por que dar preferência aos periódicos nacionais se, mesmo a CAPES, qualifica melhor publicações internacionais? Os motivos são vários, e alguns até polêmicos2. Porém, se nossas pesquisas crescem em quantidade e possivelmente em qualidade, poderemos ter, em breve, um periódico fisioterapêutico entre os melhores do Brasil e quem sabe, de destaque mundial. SIIIIIMM... Por que não?

Pode parecer inocência, contudo me lembro de um texto de um professor da UNIFESP (infelizmente não achei a fonte) que criticou os autores brasileiros por não citarem outros autores brasileiros, e ainda, não prestigiarem periódicos nacionais para publicar suas pesquisas. No mesmo artigo, o professor sugeriu uma fórmula relativamente simples, bem aplicada por alguns autores e periódicos internacionais: publicar seu primeiro artigo na sua nacionalidade de origem (nacionais), e a partir das demais publicações, fazer questão de citar este primeiro. Isso valorizará a primeira publicação, além do que, elevará o fator de impacto do periódico que primeiro apoiou sua pesquisa. Outra sugestão de alguns periódicos feitas no processo de revisão ou nas orientações aos autores é citar outros estudos publicados naquela revista. Tudo contribuirá para elevar o número de citações, dará visibilidade a estes artigos, e elevará seu fator de impacto.

Se observarem artigos da Physical Therapy (Fator de Impacto = 2,19), perceberão que em alguns há mais do que cinco citações dela mesma. A tendência é obvia. Seu fator de impacto subirá rapidamente nos próximos anos.

Fica a dica para autores da Fisioterapia brasileira, iniciantes ou não. Citem os colegas brasileiros, bem como os periódicos de sua área. Atualmente, contamos com a Revista Brasileira de Fisioterapia como uma referência importante para viabilizar uma estratégia de valorização profissional conjunta, que passa também pelo peso dos nossos periódicos aos olhos estrangeiros.

Quem sou eu para “aconselhar” estes editores. Eles sabem o que fazem! Mas espero que possamos, pelo menos, refletir sobre isso e valorizar a Nossa Revista!

Referências

1. Catai AM, Grossi DB, Mancini MC. Ano Novo: Renovação da editoria e novos desaios. Rev bras fisiot. 2010 jan/fev;14(1):v.
2. Coura JR, Willcox LC.
Fator de impacto, produção científica e qualidade das revistas médicas brasileiras. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. 2003 April;98(3):293-7.

domingo, 18 de abril de 2010

Terapia robótica para membro superior de hemiplégicos

Robot-assisted therapy for long-term upper-limb impairment after stroke

Esta semana foi divulgado antecipadamente mais um estudo de efetividade de recurso tecnológico para o tratamento de disfunções neurológicas, mais especificamente, pós AVC. Um grupo de pesquisadores americanos propôs a utilização de um equipamento robótico para auxiliar a recuperação da função do membro superior de hemiplégicos crônicos no “The New England Journal of Medicine” (fator de impacto = 50,017) 1 (artigo completo, vídeo).

O estudo clínico controlado, randomizado e multicêntrico, envolveu 127 participantes com disfunções moderadas e graves do membro superior de pelo menos 6 meses. 49 pacientes receberam sessões intensivas de fisioterapia assistida por robô (intensive robot-assisted therapy), 50 receberam fisioterapia intensiva (alongamentos assistidos, atividades de estabilização escapular, exercícios para o braço e alcance funcional) e 28, cuidados usuais (cuidados médicos quando necessários e em alguns casos serviços de reabilitação). As foram realizadas 3 vezes por semana, por 1 hora em 12 semanas. Os desfechos foram avaliados cegamente, conforme as funções motoras (Fugl-Meyer, Teste de Wolf e Escala do Impacto do AVC) ao final das 12 semanas e após 36 semanas.

Após os 3 primeiros meses, os resultados alcançados nos pacientes submetidos a fisioterapia intensiva foram melhores que os submetidos a fisioterapia com o equipamento robótico, mas segundo os autores, não estatisticamente significante. Os resultados se repetiram no seguimento após 36 semanas. Ambos os grupos recuperaram-se mais do que no grupo com cuidados usuais.

Fonte: http://www.rehab.research.va.gov/jour/05/42/5/finley.html

Comentário 1: mais evidências de que cuidados fisioterapêuticos e/ou multiprofissionais devem prevalecer aos cuidados clínicos isolados, ou seja, fisioterapia é fundamental para a melhora funcional.

Comentário 2: nem sempre “tecnologia dura”, ou seja, recursos tecnológicos palpáveis, são custo-efetiva. Este estudo, aparentemente, não demonstrou vantagens da assistência com robô, mas deixou claro sua equivalência aos outros grupos, todos submetidos ao tratamento fisioterapêutico.

Cramer, em editorial a ser publicado no mesmo número da revista, destacou a possibilidade de modificação do status motor de pacientes com disfunções crônicas causadas por lesões cerebrais, o que sinalizou grandes esperanças em pesquisas futuras com intuíto de reduzir incapacidades após AVC2.

Além disso, segundo Cramer, robôs podem trabalhar de forma consistente e precisa por longos períodos sem fadiga, podem modular tempo e intensidade do treinamento de forma reprodutível, com uma reduzida necessidade de vigilância, podem mensurar o desempenho durante a terapia2. Assim, a "robotização" da fisioterapia poderia ser, aparentemente, "mais confiável" e eficiente.

Comentário 3: Numa análise de custos, os autores demonstram equivalência entre os grupos. Acredito porém, que o custo inicial para instrumentalização (aquisição do equipamento), pode impactar no custo/preço final, afetando a tomada de decisão ao se pensar na prática clínica.

Comentário 4: Há longo prazo, quem sabe o processo de reabilitação "em linha de produção" e "robotizado" possa valer o investimento, mas desfechos como satisfação do usuários devem ser mensurados como desfecho clínico também.

Por enquanto, aguardamos os efeitos desta linha de pesquisa.

Referências:

1. Lo AC, Guarino PD, Richards LG, Haselkorn JK, Wittenberg GF, Federman DG, et al. Robot-assisted therapy for long-term upper-limb impairment after stroke. The New England journal of medicine. 2010 16 abril; In press.

2. Cramer SC. Brain Repair after Stroke. The New England journal of medicine. 2010 16 abril;In press.