terça-feira, 20 de abril de 2010

Revista Brasileira de Fisioterapia

Brazilian Journal of Physical Therapy

Quero destacar a postagem do Blog Mais Fisio (link aqui) do dia 13 de abril, que divulgou que a Revista Brasileira de Fisioterapia foi indexada no MEDLINE. Acrescento a ótima notícia também de sua inclusão no Journal of Citation Report (JCR), o que, nos próximos anos, indicará seu fator de impacto1.

Mais do que consolidar a importância deste veículo para as pesquisas nas áreas da Fisioterapia, estas inclusões sirviram como um ponto a ser ponderado pelos autores na escolha do periódico para publicação de pesquisas brasileiras de qualidade.

Mas vem a pergunta: - Por que dar preferência aos periódicos nacionais se, mesmo a CAPES, qualifica melhor publicações internacionais? Os motivos são vários, e alguns até polêmicos2. Porém, se nossas pesquisas crescem em quantidade e possivelmente em qualidade, poderemos ter, em breve, um periódico fisioterapêutico entre os melhores do Brasil e quem sabe, de destaque mundial. SIIIIIMM... Por que não?

Pode parecer inocência, contudo me lembro de um texto de um professor da UNIFESP (infelizmente não achei a fonte) que criticou os autores brasileiros por não citarem outros autores brasileiros, e ainda, não prestigiarem periódicos nacionais para publicar suas pesquisas. No mesmo artigo, o professor sugeriu uma fórmula relativamente simples, bem aplicada por alguns autores e periódicos internacionais: publicar seu primeiro artigo na sua nacionalidade de origem (nacionais), e a partir das demais publicações, fazer questão de citar este primeiro. Isso valorizará a primeira publicação, além do que, elevará o fator de impacto do periódico que primeiro apoiou sua pesquisa. Outra sugestão de alguns periódicos feitas no processo de revisão ou nas orientações aos autores é citar outros estudos publicados naquela revista. Tudo contribuirá para elevar o número de citações, dará visibilidade a estes artigos, e elevará seu fator de impacto.

Se observarem artigos da Physical Therapy (Fator de Impacto = 2,19), perceberão que em alguns há mais do que cinco citações dela mesma. A tendência é obvia. Seu fator de impacto subirá rapidamente nos próximos anos.

Fica a dica para autores da Fisioterapia brasileira, iniciantes ou não. Citem os colegas brasileiros, bem como os periódicos de sua área. Atualmente, contamos com a Revista Brasileira de Fisioterapia como uma referência importante para viabilizar uma estratégia de valorização profissional conjunta, que passa também pelo peso dos nossos periódicos aos olhos estrangeiros.

Quem sou eu para “aconselhar” estes editores. Eles sabem o que fazem! Mas espero que possamos, pelo menos, refletir sobre isso e valorizar a Nossa Revista!

Referências

1. Catai AM, Grossi DB, Mancini MC. Ano Novo: Renovação da editoria e novos desaios. Rev bras fisiot. 2010 jan/fev;14(1):v.
2. Coura JR, Willcox LC.
Fator de impacto, produção científica e qualidade das revistas médicas brasileiras. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. 2003 April;98(3):293-7.

2 comentários:

Anônimo disse...

Olha concordo com você na minha opinião a qualidade do estudo é de acordo com o qualis da revista, porem as revistas de maior qualis, normalmente essas revistas são em inglês. E por exemplo não adianta fazer um artigo cientifico com referencias Brasleira porem de Qualis B. Minha solução??? Melhorar a qualidade dos estudos brasileiro, elevando as revistas brasileiras, ou publicar em ingles e como segunda lingua manter o potugues, pois há criaturas que colocam espanhol.

Att Gabriel

Lázaro J. Teixeira disse...

Olá Gabriel:

Agradeço sua contribuição.

De fato, temos trabalhos de primeira qualidade de autores brasileiros, em números crescentes. Hoje o Brasil é o 13º colocado em citações em todo o mundo.

O que acontece é que, pela valorização da CAPES, nenhum autor quer "queimar" uma publicação de qualidade em periódicos nacionais. Então, como disseste, publica fora, pois terá um status melhor.

Inconscientemente, ou não, este autor elevará o fator de impacto da primeira revista ao citar seu estudo prévio. É assim que funciona!!!

A sugestão é repensar a estratégia para investir em nossos periódicos, elevando-os neste ranking internacional. Potencial nós temos, tranquilamente. O problema é aceitar essa idéia.

Trocar o “queimar” uma publicação por investir em nossos periódicos é pensar coletivamente, a despeito do coletivo/corporativo.

Na hora de publicar, pensar assim não é fácil!

Abraço e até mais