sábado, 26 de junho de 2010

Cuidadores na Web - Segunda palestra

Nesta segunda-feira, dia 28/06/10, às 21 horas, ocorrerá a segunda palestra do programa CUIDADORES NA WEB (clique aqui). Para participe ON LINE AO VIVO!!!! Para fazer sua inscrição, basta clicar aqui.

Totalmente gratuito, neste primeiro será tratado o tema Tratamento da Doença de Alzheimer.

Os próximos são:
3. O papel do cuidador – 10/08/2010
4. Equipe multiprofissional – 17/08/2010
5. Cuidando do cuidador – 09/11/2010

A Associação Brasileira de Alzheimer e doenças Similares (ABRAz), promotora do evento, solicita apoio e presença de vocês, cuidadores e profissionais envolvidos com o cuidado aos portadores da doença.

"Estejam on-line durante a apresentação e discussão do tema, que será ao vivo. Cadastrem-se e enviem suas duvidas, perguntas e e-mails para o programa, durante a sua apresentação.Entrem neste endereço para verem como funcionará. Até lá!!!!!" - ABRAz.

Fonte: ABRAz - Associação Brasileira de Alzheimer e de Doenças Similares

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Descoberta triplica efeitos da acupuntura contra a dor

Descoberta triplica efeitos da acupuntura contra a dor: "Depois de descobrir um dos mecanismos de ação da acupuntura, os cientistas usaram um medicamento para amplificar seus efeitos."

Acupuntura turbinada

Cientistas deram mais um passo importante para compreenderem como o simples espetar de algumas agulhas no corpo é capaz de aliviar a dor.

Em um artigo publicado na revista Nature Neuroscience, a equipe da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, identificou a molécula adenosina como um elemento central na ativação no corpo de alguns dos efeitos da acupuntura.

Partindo desse novo conhecimento, os cientistas foram capazes de triplicar os efeitos benéficos da acupuntura em camundongos por meio da adição de um medicamento aprovado para tratar a leucemia.

Fonte: Diário da saúde

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Fisioterapia para prevenir quedas


Physiotherapy to fall prevention
Fonte aqui
A queda do idoso é considerada, atualmente, um sério problema de saúde pública mundial, (incluindo, sim, o Brasil!). Abordagens multidisciplinares com fisioterapia ganharam destaque nos últimos anos como recursos efetivos e eficientes e são cada vez mais recomendadas em diretrizes clínicas. Recentemente, novas evidências foram demonstradas. Tais dados podem justificar a abertura de espaços de tratamento individualizado ou em grupo na comunidade para atuação fisioterapêutica.
A queda do idoso tem forte relação com fraturas, principalmente de fêmur. Atualmente, todos os municípios brasileiros são monitorados anualmente quanto ao número de fraturas de fêmur ocorridas. Este número é considerado como um dos mais importantes indicadores da saúde pública nos municípios brasileiros, tornando a prevenção de quedas uma prioridade no Sistema Único de Saúde (SUS), não apenas pelo alto custo que significa para o sistema e a sociedade, mas também pelas limitações que impõem ao sujeito que cai e sua família.
Estratégias para se prevenir quedas nos idosos são urgentes e devem começar a disseminar em todos os municípios brasileiros nos próximos anos. Tendo em vista este alto impacto social,  cada vez mais são propostas estratégias para um manejo mais eficaz e eficiente possível deste grande problema.
No mês de maio, O BMJ (FI = 12,827) publicou um estudo clínico interessante, sugerindo que uma estratégia de reabilitação integrada (fisioterapia, terapia ocupacional e enfermagem) seria capaz de reduzir o índice de quedas ao longo de um ano se comparado aos cuidados usuais1.
Foi proposto um programa de intervenção multifatorial, que iniciava com atendimentos no domicilio e continuava com sessões ambulatoriais se indicado. Em domicílio os fisioterapeutas realizavam treinamento de força muscular e equilíbrio (pelo menos 6 sessões), os terapeutas ocupacionais avaliavam os riscos domésticos e propunham modificações do ambiente (corrimãos, suportes, tapetes, iluminação e treinamento para levantar-se do chão),  e os enfermeiros revisavam a medicação e a pressão arterial. Quando necessário os pacientes eram encaminhados para revisão médica ou assistência social.
No ambulatório, foram realizadas até 12 sessões em grupo para prevenção de quedas, 2x/sem, por 2 horas. Uma hora de exercícios de fortalecimento e treino de equilíbrio (fisioterapia) e uma hora de atividades funcionais e educativas (terapia ocupacional). As sessões aboradvam também aspectos nutricionais, caminhadas, estratégias para melhorar AVD, riscos, equipamentos, calçados e como levantar-se do chão. Pacientes alocados no grupo controle foram orientados para procurar os serviços da rede social e de saúde usual.
O desfecho primário da pesquisa era o número de quedas no período de um ano. Havia outros desfechos secundários dos aspectos funcionais e qualidade de vida. Foram randomizados 204 indivíduos (102 em cada grupo), avaliados de forma cega no início e no final do acompanhamento, analisados por intenção de tratar.
Dos 98 participantes que terminaram o acompanhamento, apenas 19 (20%) realizaram as sessões em grupo no ambulatorio após os atendimentos domiciliares. Os demais, foram atendidos só em casa, sendo realizadas, em média, 9.9 (SD 8.8) sessões, totalizando 490 minutos de atendimento individualizado. Em média foram realizadas 8 sessões de fortalecimento muscular e 7,5 de treino de equilíbrio, e 13,5 de atividades funcionais.
Com esta proposta, a média de incidência de queda no grupo intervenção foi de 3,46 por pessoa por ano, enquanto no grupo controle foi de 7,68. Além disso, o indice de Barthel, questionário de Nottingham de AVD, o número de internações hospitalares com fratura e atendimentos de emergência por ambulância foram significativamente melhores no grupo intervenção. O tempo médio entre a randomização e a primeira queda foi de 21 dias no grupo controle comparado a 166 no grupo intervenção.
Resumindo, segundo os autores, um serviço de reabilitação voltado para a prevenção de quedas na comunidade para pessoas acima de 60 anos está associado a uma redução no índice de quedas de 55% no ano subseqüente. Este índice ficou acima dos 25% constatado pela revisão Cochrane sobre o assunto, que analisou 111 estudos clínicos com 55.303 participantes2. Segundo esta revisão, programas de exercícios voltados para o fortalecimento, equilíbrio, flexibilidade e resistência muscular, realizados individualmente ou em grupo, reduzem o risco de quedas e o número de idosos que vivem na comunidade que caem. Citam ainda: ajuste da medicação (ansiolíticos, remédios para dormir e antidepressivos), adequação do ambiente, cirurgia de catarata e marca-passo quando indicados como recursos efetivos.
Este estudo reforça a importância dos exercícios orientados por profissionais especializados, e demonstra a relevância de constituição de serviços multiprofissionais direcionados a prevenção de quedas e melhora da capacidade funcional de idosos em risco. Além de apontar um caminho importante para os tomadores de decisões, dá subsídios para elaboração de projetos direcionados a melhora dos indicadores de saúde dos municípios, estados e federação.

Fica a idéia e alguns links de vídeos sobre a campanha de prevenção de quedas em SP!

Campanha tentar prevenir quedas de idosos - Jornal Bom dia São Paulo (23/06/2010) 
Queda já é a 6ª maior causa de mortes entre idosos no estado - Jornal  SPTV 1ª edição (23/06/2010)
Referências:
1. Logan PA, Coupland CAC, Gladman JRF, Sahota O, Stoner-Hobbs V, Robertso K, et al. Community falls prevention for people who call an emergency ambulance after a fall: randomised controlled trial. BMJ. 2010 On line first, 15 may;340(c2102):1-7.
2. Gillespie LD, Robertson MC, Gillespie WJ, Lamb SE, Gates S, Cumming RG, et al. Interventions for preventing falls in older people living in the community. Cochrane Database of Systematic Reviews. 2009(Issue 2).
OBS: Permitido cópia desde que citada a fonte adequadamente.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Evento: Dor complexa regional


Assista ao vivo, mediante cadastro no site www.clubedamao.com.br. Após esta data, o evento fica disponível gravado. Outros eventos também estão disponíveis no site.

Bom evento!

Especialistas propõem nova forma de diagnosticar desmaios repentinos

Especialistas propõem nova forma de diagnosticar desmaios repentinos:

"Os desmaios repentinos podem comprometer a qualidade de vida das pessoas em função de traumas causados por quedas e ser mais agravante ainda se essa pessoa estiver dirigindo."

Pesquisa realizada com a colaboração de fisioterapeutas será apresentada no Congresso Mundial de Cardiologia e propõe um novo protocolo para diagnosticar a Síncope Vasovagal.

Notícia completa no link acima.

Pilates é praticado no hospital Israelita Albert Einstein sob orientação de fisioterapeutas.

Pilates é praticado no hospital Israelita Albert Einstein sob orientação de fisioterapeutas.

Prática cultuada por esportistas é utilizada no Hospital Israelita Albert Einstein sob orientação de fisioterapeutas. A fisioterapeuta Simone Przewalla aplica exercício de força e flexibilidade durante a sessão. O Pilates é atualmente um dos métodos mais procurados em academias por aqueles indivíduos que querem cuidar do corpo, da postura e da própria consciência corporal. Atento às novas necessidades de seus pacientes, o Einstein já oferece Pilates no tratamento de diversos problemas do corpo e também para pacientes em reabilitação. Na Europa e nos Estados Unidos, a prática do Pilates em tratamentos de saúde é cada vez mais utilizada. Agora, os pacientes do também podem contar com o método no Brasil.

“O programa oferecido pelo Einstein é excelente para pacientes que necessitam de fortalecimento, flexibilidade e estabilidade da coluna. Vimos que trazia esses benefícios e decidimos implantar no hospital como mais uma prática na busca de saúde e bem-estar”, explica a fisioterapeuta Simone Przewalla, uma das responsáveis pelo programa de Pilates da instituição.

O artigo completo pode ser acessado aqui.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Revista Fisioterapia em Evidência

É com satisfação que apresentamos a revista homônima deste site "Fisioterapia em Evidência".

Lançada em abril de 2010, não tem vinculação com este blog ou com seu proprietário, mas divide a concepção nominal e o interesse por informação científico relevante para uma boa prática clínica.

Segundo sua apresentação pela responsável editorial, Dra. Sandra Mara Meireles Adolph, "A  revista  Fisioterapia  em  Evidência  é uma  publicação  eletrônica  semestral, com  o  objetivo  de  divulgar produção científica  da  área  de fisioterapia.  Pretende incentivar fisioterapeutas e outros profissionais da área da saúde ao aprofundamento científico. A  revista  recebe apoio  e patrocínio da Faculdade Dom Bosco de Curitiba."

Seu número um traz cinco artigos de varios formatos e sobre diferentes assuntos. Duas séries de casos, um com mulheres sedentárias, e outro com mulheres praticantes de dança do ventre; um estudo clínico comparativo fase I sobre fibroedema gelóide; um estudo transversal sobre necessidade de fisioterapia numa unidade de saúde; e uma revisão de literatura.

Para acessar todos os números na versão eletrônica, clique aqui

Desejo boa sorte a equipe editorial e vida longa ao periódico.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Como os pacientes são prejudicados na busca pelo lucro

"A ocultação do conhecimento é a arma usada rotineiramente pela indústria para não revelar resultados de testes clínicos com resultados negativos. O resultado, muitas vezes, é a morte do paciente."

Longe de ser novidade, questões éticas e a competição de interesse no trabalho e em pesquisas são recorrentes no dia-a-dia da atenção a saúde das pessoas. Afinal, quem não percebe o cabo de guerra da prescrição orientada pela indústria farmacêutica contra a indicação dos demais recursos terapêuticos não halopáticos, mesmo com o suporte das evidências, por exemplo?

Pela complexidade do tema, pela qualidade do artigo e relevância do mesmo na área da saúde, recomendo o acesso ao artigo “Arquivos Secretos da Medicina: como os pacientes são prejudicados na busca pelo lucro”.

São comentários sobre o artigo "Reporting bias in medical researche - a narrative review", publicado no Jornal Trials (Fator de Impacto = 1.743 ).  Se preferir o artigo original, acesse aqui .

Vale o alerta de que uma adequada prática clínica baseada em evidências visa minimizar viéses, inclusive econômicos, e as questões levantadas no artigo devem ser analisadas sob uma ótica de como os aspectos globais da saúde (visando benefícios individuais) afetam nossas práticas locais, e algumas vezes podem nos influenciar a fazer opções terapêuticas que nem sempre são as melhores para os pacientes.

Recomendo considerar na reflexão não apenas a medicina, mas todas as áreas da saúde na interpretação deste texto, pois é uma narrativa sobre ética, provas científicas e acesso a informação, temas comuns a todas as profissões da saúde.

Arquivos Secretos da Medicina: como os pacientes são prejudicados na busca pelo lucro
Por: Dra. Anna-Sabine Ernst – IQWiG
Fonte: Diário da Saúde
 

"Ninguém sabe quantas vidas de mães e bebês foram salvos pelo fórceps obstétrico. Esse dispositivo tem sido parte do equipamento padrão de todas as maternidades há cerca de 250 anos. Entretanto, paira uma sombra sobre essa história de sucesso: depois que os irmãos Chamberlen desenvolveram o fórceps, no início do século 17, eles e seus descendentes usaram-no por 3 gerações, mas o mantiveram em total segredo dos outros médicos. Ao mesmo tempo em que, graças ao fórceps, a família Chamberlen se tornava rica e famosa, mães e bebês continuaram morrendo no resto do mundo, porque era como se o fórceps ainda não existisse, já que ele não estava disponível em nenhum outro lugar.
 

Segredos na Medicina
 

A história do fórceps obstétrico é um dos mais antigos exemplos documentados mostrando quais são as conseqüências que o segredo pode ter na medicina. Mas está longe de ser o único.
Continua aqui ...

domingo, 13 de junho de 2010

Terapia manual e exercícios para disfunções do ombro?

Do manual therapy and exercises works to shoulder dysfunction?

Doenças do manguito rotador provocam disfunções comuns no ombro e causam dor e perda funcional. Sabe-se que recursos fisioterapêuticos como a terapia manual e programas de exercícios são freqüentemente utilizados para tratar doenças do manguito rotador, mesmo que poucas evidências dêem suporte ou refutem sua eficácia.

Um estudo recente do BMJ 1 (Fator de Impacto= 12,827), constatou que os efeitos benéficos imediatos da terapia manual padronizada combinada com exercícios domiciliares são comparáveis ao placebo em pacientes de meia idade e idosos com doença crônica do manguito rotador após 11 semanas. O efeito benéfico pode aflorar ao longo do tempo, se houver continuidade dos exercícios em casa, e podem ser mais importante para a recuperação da função do que para o alívio da dor.

Tais conclusões poderão render muito debate e questionamentos sobre a eficiência da fisioterapia no tratamento destes problemas, contrariamente a alta frequencia observada destes problemas nos serviços de fisioterapia, onde constatamos que é o segundo problema mais comum tratados nos serviços especializados, após as dores nas costas.

Deste trabalho impecável, metodologicamente excelente, participaram 120 australianos, recrutados entre março de 2004 e novembro de 2007, que foram tratados por 14 fisioterapeutas da área músculo-esquelética, todos com mais de 4 anos de experiência.  Ambas as intervenções duraram de 30-45 min., e foram feitas 2x/sem nas primeiras duas semanas, 1x/sem nas 4 semanas seguintes, e quinzenalmente nas últimas 4 semanas.

Qualquer semelhança com o tratamento empregado no estudo e o que é feito de melhor na prática clínica não é mera coincidência. Foram utilizados recursos manuais como massagem na região do deltóide, mobilizações da gleno-umeral, coluna torácica e cervical, treino de estabilização escapular, bandagem funcional postural e exercícios domiciliares (2x/dia nas primeiras 2sem e depois 1x/dia). O grupo controle foi submetido a ultra-som placebo (10 min.) e aplicação um gel não terapêutico (10 min).

Mas os resultados foram surpreendentes. Ao analisar a eficácia dos tratamentos após 11 semanas, houve melhora significativa em ambos os grupos, sem diferença significativa entre os dois quanto a melhora da dor e da função. A melhora subjetiva referida pelos participantes também não foi estatisticamente significante (42% do grupo ativo versus 30% do placebo – risco relativo de 1.43, com um intervalo de confiança de 95% de 0.87 a 2.34).

No entanto, após 22 semanas de seguimento e realizando apenas exercícios domiciliares, o grupo ativo demonstrou melhora significativamente maior que no placebo quanto a dor, incapacidade, força muscular, interferência nas atividades e qualidade de vida. Porém não foi significativa a diferença entre a melhora da dor ao movimento, ou a satisfação com o sucesso do tratamento.

Durante o período de intervenção, 17/55 (31%) dos pacientes no grupo ativo referiram eventos adversos (dor durante e após a sessão, n=3; piora da dor com os exercícios domiciliares, n=12; irritação com a bandagem, n=2), diferentemente que no grupo placebo, em que 5/61 (8%) pacientes perceberam estes eventos (aumento da dor durante ou após a sessão). Isso pode ter comprometido a mensuração da melhora em curto prazo. Após 11 semanas, 7/49 (14%) do grupo ativo referiu aumento temporário da dor após os exercícios domiciliares.

Os autores ponderaram que a melhora dos dois grupos poderia ser atribuída a evolução natural da doença, uma vez que não houve um grupo comparativo sem tratamento. Tal hipótese não se confirmou ao analisar outros estudos semelhantes. Outro motivo de falta de significância estatística foi o possível efeito placebo, responsável por 30% da melhora em condições de dor crônica, uma vez que ao grupo controle foi proporcionado contato constante com e equipe de saúde, atenção e apoio.

Comentaram também que a inclusão dos pacientes foi feita apenas pelos achados clínicos, o que, nem sempre se equivale ao diagnóstico cinesiológico-funcional (disfunção de movimentos, da função muscular, encurtamentos e alteração da postural escapular e espinhal). Neste aspecto, a ultrasonografia ou a ressonância magnética poderão complementar nosso diagnóstico. Assim, consideram que a conclusão do estudo poderia ser diferente se subgrupos fossem avaliados e tratados diferentemente.

Algumas diferenças puderam ser percebidas ao se comparar o estudo com a prática clínica brasileira. Geralmente, nas disfunções com dor, utilizamos recursos analgésicos (ultra-som, laser, TENS) concomitantemente aos recursos manuais e cinesioterapêuticos, na intenção justamente de melhorar a dor e prevenir este evento. Outra diferença é a freqüência semanal, que geralmente é maior que no estudo. Acreditamos que estas diferenças na abordagem possivelmente mudariam os resultados da pesquisa.

Mas o fato é que, mesmo com a consolidação da fisioterapia para o tratamento das disfunções sintomáticas do ombro, um estudo com resultados tão limitados em um periódico de tão alto impacto pode influenciar na análise crítica da viabilidade do tratamento fisioterapêutico para estes pacientes. Outros estudos se fazem necessários, com certeza!

Referências:
1. Bennell K, Wee E, Coburn S, Green S, Harris A, Staples M, et al. Efficacy of standardised manual therapy and home exercise programme for chronic rotator cuff disease: randomised placebo controlled trial. BMJ. 2010 On line first on 10 jun;340(c2756):1-10.
OBS: Permitido cópia desde que citada a fonte adequadamente.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Utilidade do TENS nas desordens neurológicas


Utility of TENS in neurologic pain disorders
Na última semana (dia 25), o artigo que previmos que iria render debate na comunidade científica (veja aqui), sobre a efetividade da estimulação elétrica transcutânea [TENS] para dores de origem neurológica, teve seu primeiro embate na sessão de cartas ao editor da mesma revista que publicou o original, a Neurology (FI = 7,043).
O Dr. Donald K. Riker criticou a conclusão dos Drs. Dubinsky e Miyasaki de que “a TENS não é recomendada para o tratamento da dor lombar crônica”1 e destacou que aquela conclusão, agora disseminada na mídia, prestou um desserviço para as pessoas que se beneficiam da TENS. Destacou que, no editorial sobre o artigo, foi corretamente exposto que o estado da arte atual da eficácia do TENS permanece não claro, até que o provem 2, e reescreveu que “Ausência de provas (de efeito) não é prova de ausência (de efeito)”. Complementou que, na falta de ensaios clínicos bem conduzidos, a conclusão apropriada seria que a eficácia da TENS é indeterminada, e não negativa.
O crítico enfatizou seu desapontamento pelo fato do uso de comunicados a imprensa (“press release”) para dar maior audiência aos resultados negativos, chamando esta atitude de, no mínimo, equivocada. Concluiu considerando que a prática dos profissionais de saúde é mais arte do que ciência, focada no bem estar do indivíduo, freqüentemente alcançada por tentativa e erro.
Em resposta3, os autores do artigo original acusaram os autores da carta e do editorial de equívoco ao usar a frase sobre ausência de provas, uma vez que há evidência da falta de efeito, através de dois estudos clínicos de classe I. Além disso, discordaram sobre se utilizar a TENS por ser um recurso seguro (com favorável risco-benefício), e ponderaram que, se considerarmos apenas o quesito segurança, a TENS placebo também deveria ser recomendada, pois tanto os riscos quanto os benefícios são os mesmos.
Complementou que a utilização de recursos aparentemente sem benefício, significa que recursos (financeiros, técnicos, e de acesso aos cuidados de saúde) serão gastos com grupos de pacientes em detrimento de outros (eficiência do recurso) e defendeu que as prescrições devem levar em consideração o benefício (eficácia e eficiência), e não apenas o baixo risco (segurança).
Finalmente, considerou que as práticas de saúde combinam ciência e arte, e reafirmou que no caso da TENS, a ciência é clara e que as decisões devem ser tomadas em parceria com o paciente, que direciona a terapia!
Aos colegas que utilizam este recurso na prática diária, é importante permanecer preparado para possíveis debates! Eu continuarei vigilante, e na torcida por mais evidências. Pretendo buscar alguns resultados das revisão Cochrane sobre o assunto e trazê-los numa próxima postagem.
Referências:
1. Dubinsky RM, Miyasaki J. Assessment: Efficacy of transcutaneous electric nerve stimulation in the treatment of pain in neurologic disorders (an evidence-based review). Report of the Therapeutics and Technology Assessment Subcommittee of the American Academy of Neurology. Neurology. 2010 12 Jan;74(2):104-5.
2. Binder A, Baron R. Utility of transcutaneous electrical nerve stimulation in neurologic pain disorders. Neurology. 2010 12 jan;74:104-5.
3. Dubinsky RM, Miyasaki J. Utility of transcutaneous electrical nerve stimulation in neurologic pain disorders: reply from the authors. Neurology. 2010 25 maio;74(105).
OBS: Respeite o trabalho alheio! Copiar estas postagens é permitido, desde que citada devidamente a fonte.