segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Quiropraxia e ética

Quero destacar um artigo brasileiro1 recente que aborda de forma bastante esclarecedora algumas relações de trabalho, prestação de serviço e competição no mercado privado de saúde do Brasil e do mundo, sob uma perspectiva bioética. Os autores partiram do ocorrido em São José, em 2008, quando estudantes americanos com visto de turistas praticavam ilegalmente a quiropraxia na população brasileira, como se em laboratório.
O estudo objetivou fazer “uma abordagem bioética desse evento, mostrando a instrumentalização de sujeitos socialmente vulneráveis no Brasil para o treinamento de estudantes estrangeiros, travestida de prática filantrópica, e que pôs em risco comunidades de baixa renda no Brasil”.
À partir do ocorrido, os autores levantam algumas questões éticas, entre elas: “Que modelos de comportamento esses jovens acadêmicos poderão incorporar em suas futuras práticas terapêuticas infringindo as leis de um país estrangeiro e a ética norteadora da profissão, ao executarem práticas de grande risco em um local com precárias condições? “
O artigo completo pode ser acessado aqui, e é recomendável para subsidiar questões importantes da prática fisioterapêutica atual, principalmente relacionada à terapia manual.
Referência:
1. Silva LFA, Lorenzo C, Fernades BM, Crocomo PL. Illegal practicing of chiropractic by Americans in socially vulnerable populations in the state of Santa Catarina: a bioethical analysis. Revista Brasileira de Bioética. 2010; 6 (1-4): 85-97.
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2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa , aqui em Manaus AM é rotina uma vez por ano esses Acadêmicos virem realizar os atendimentos "filantropicos "em quiropraxia , eu jamais me atendei para este aspecto da ilegalidade e exposição dos pacientes aos riscos

Lázaro Juliano Teoxeira disse...

Olá Erika:
Pois é! Dependendo como são feitos os atendimentos, de fato pode caracterizar crime.
Lembro que, além do visto de trabalho, deve existir uma série de documentos cedidos por órgãos públicos, como alvarás e licenças, expostos em lugar visível, pois tratar-se de tratamento de saúde e deve se adequar a legislação brasileira.
Lembro que cabe as autoridade fiscalizar, e aos sabedores destes "eventos" levarem ao conhecimento das autoridades, no nosso caso, pode ser o Crefito da região, que poderá a tomada de providencias.
Abraços e obrigado pela mensagem, Lázaro