segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

SUS elogiado internacionalmente

O último número da BMJ traz destaque interessante para o sistema de saúde brasileiro. Desde o editorial1, o Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro é colocado como um belo exemplo de sistema universal e gratuito que tem dado certo. Muitos elogios são feitos e a maior preocupação que possa comprometer o seu futuro bem sucedido poderia ser o aumento do poder de consumo da classe média, que tende a consumir mais os planos privados de saúde, que são os maiores concorrentes do SUS2.

Não é de hoje que o carro chefe do sistema de saúde nacional, voltado basicamente para o reforço da atenção primária da saúde, recebe elogios por dar conta de seus objetivos. A redução dos indicadores de saúde materno-infantil estão sendo cumpridos, alguns antecipadamente, numa meta de atingir até 2016, como mostrado no artigo (figura 1)3.

Cobertura populacional pela estratégia de saúde da família e mortalidade infantil (Dados do Ministério da Saúde Brasileiro). Fonte: BMJ
Após uma breve revisão histórica da implantação do SUS no Brasil, alguns dados são discutidos pelos autores, como a evolução da cobertura da estratégia de saúde da família desde o seu início e os bem sucedidos programas de imunização e de tratamento da HIV/AIDS. 


Foram feitas comparações entre o uso do SUS por pessoas de diferentes faixas de renda, demonstrando que a cobertura é maior em populações mais frágeis e a previsão sobre a universalidade do acesso é feita de forma bastante otimista.

São textos de acesso livre e que valem a pena dar uma olhada!

Referências:

1. Harris M, Haines A. Brazil's Family Health Programme. BMJ. 2010 29 nov; 341: c4945. Acesse aqui.
2. Hennigan T. Economic success threatens aspirations of Brazil's public health system. BMJ. 2010 29 nov; 341: c5453. Acesse aqui.
3. Guanais F. Health equity in Brazil. BMJ. 2010 29 nov; 341: c6542. Acesse aqui.

2 comentários:

Humberto disse...

Olá Lázaro,
Gostaria de complementar que os sistemas de saúde da Inglaterra, França, Canadá e obviamente Cuba também são públicos. Os EUA estão revendo seu sistema de saúde que é basicamente composto por instituições privadas - ou seja: se você não tiver dinheiro pra pagar, fica sem atendimento.
Antes que alguém deixe um comentário mal humorado descendo a lenha no SUS, gostaria de deixar um pequeno tema pra reflexão:
Sabemos que em muitos locais do Brasil, a assistência de saúde é inacreditavelmente sucateada e incompetente. Sei que o SUS está longe de ser o que ele se propõe no papel, mas imagine como seria a assitência de saúde das populações mais pobres caso os atendimentos fossem pagos ou atrelados ao fato da pessoa ser contribuinte da Previdência Social (como era antigamente).
Recomendo assitir ao filme "S.O.S. Saúde" do diretor Michael Moore. Onde podemos ver que situações bizarras de desrespeito a saúde do ser humano não são exclusivas do nosso tão mal falado SUS.
Abraços,
Humberto

Lázaro Juliano Teoxeira disse...

Grannnde Humberto:
Obrigado pela contribuição. Brilhante como sempre.
Ótima dica de filme, onde se pode dismistificar muito do que se pensa de sistemas de saúde de outros países, principalmente o americano, em amplo debate ultimamente, inclusive em todos os periódicos da saúde.
Abraços,
Lázaro