sábado, 23 de outubro de 2010

Drenagem linfática...


Como estou comentando sobre estudos relacionados com minha prática profissional, mas não necessariamente técnicas que utilizo no dia-a-dia, desta vez estenderei a apresentação de resultados clínicos sobre drenagem linfática. A técnica para o tratamento do edema periférico tem ganhado enorme espaço nos serviços de fisioterapia e é popularizado também em serviços técnicos de estética. Constantemente somos questionados pelos pacientes sobre sua eficácia e validade para ser utilizado paralelamente a alguns tratamentos de saúde. Para tanto, apresento alguns dados adiante.

Este ano, a Revista espanhola Rehabilitacion resumiu muito bem o conhecimento atual e principalmente, a evidência crítica sobre o assunto1, o que mais nos interessa para o caráter informativo. Segundo os autores, o objetivo da drenagem linfática é estimular a saída de linfa e líquidos intersticiais de uma região edemaciada. É uma técnica de tratamento por compressão externa, habitualmente pneumática (por câmaras de ar) que produz uma pressão intermitente da região afetada. Pode ainda ser feita através de suave pressão manual, na forma de massoterapia, quando é chamada drenagem linfática manual.

Existem diferentes escolas de drenagem linfática manual, porém todas mantêm aspectos comuns, como sua indicação de pressoterapia nos linfedemas de estágio I e II e drenagem linfática manual nos linfedemas estágio II e III (Classificação da Sociedade Internacional de Linfologia). Segundo a revisão, existem múltiplos estudos que avaliam sua indicação nas doenças venosas, no entanto, seu uso para o tratamento do linfedema é controverso e não está recomendado de maneira isolada pelo risco de desenvolver fibroses em longo prazo, piorando o linfedema.

Os autores descrevem as evidências oriundas de revisões sistemáticas sobre o assunto, que demonstraram resultados contraditórios ou insuficientes para se comprovar a eficácia da drenagem linfática isolada. Mesmo assim, recomendaram sua utilização baseada em consensos. Segundo eles: "Ainda que faltem estudos de qualidade metodológica que demonstrem sua eficácia, consensos recomendam tanto a drenagem linfática manual, quanto a pressoterapia na primeira fase do tratamento do linfedema, sempre acompanhada de malhas de compressão, exercícios e cuidados da pele".

NOTA: Esta publicação destaca alguns achados da literatura atual, que podem ser modificados por pesquisas futuras. Novas pesquisas poderão comprovar ou refutar a validade do método na prática diária. Comentários e questionamentos serão muito bem vindos, desde que acompanhados de evidências de nível superior ou equivalente ao apresentado acima. Experiência pessoal, positiva ou negativa, também é importante, mas tem peso menor que consensos, estudos clínicos e revisões sistemáticas para replicação ou generalização para que seja indicado em populações.

Referências:

1. Cátedra-Vallés E, García-Bascones M, Puentes-Gutierrez AB. Drenaje linfa ´tico manual y presoterapia. Rehabilitacion. 2010; xx (xx): 1-5 In press.

OBS: Respeite o trabalho alheio! Copiar estas postagens é permitido, desde que citada devidamente a fonte.

Nenhum comentário: