Os métodos terapêuticos ganham espaço na mídia e aceitação das pessoas de várias formas. Algumas tem seu reconhecimento avalizado pelo método científico após adequadamente mensurado risco e benefício. Outras vezes, o espaço é adquirido pela procura da população ou apelo do mercado. Outras vezes, a mídia se encarrega de popularizar métodos e técnicas. Outros recursos são popularizados pelo uso e tradição. Exemplos destas situações podem ser, respectivamente, algumas técnicas manuais (manobras de reposição vestibular), a drenagem linfática, a Reeducação Postural Global (RPG) e "fisioterapia tradicional", pela ordem.
Foram encontrados quatro estudos clínicos randomizados e controlados, totalizando 218 participantes, com qualidade metodológica baixa e heterogêneos quanto a população, grupos de controle, critérios de inclusão e exclusão, e medidas de resultados, impedindo seu agrupamento em metanálise. Foi observada uma redução significante na intensidade da dor, da incapacidade, melhor adesão e resposta ao tratamento (um estudo, n=53, risco de viés altíssimo); aumento da saúde geral, função no esporte, flexibilidade, propriocepção e diminuição da dor lombar (n=54, risco de viés moderado); diminuição significativa da incapacidade e intensidade da dor (n=39, risco de viés baixo); e redução de 50% da dor em 70% das pessoas tratadas (n=87, risco de viés alto).
O Pilates está longe de ser um padrão ouro para o tratamento da lombalgia. Para isso, outros estudos devem comparar o resultado terapêutico do método com outros recursos como a estabilização vertebral, ou mesmo opções terapêuticas mais "tradicionais" como a eletroterapia, orientações em escola de coluna, cinesioterapia das mais variadas formas, entre outros recursos.
Enfim, é cedo pra evidenciar a validade terapêutica do Pilates para tratar lombalgia, e outras disfunções, mas o caminho para isso está traçado, pois outros estudos clínicos devem ser providenciados á partir da revisão de Posadzki e colaboradores. NOTA: Vale lembrar que toda e qualquer opção terapêutica deve ser discutida e orientada por profissional de saúde competente na área, e a tomada de decisão sobre sua utilidade ou não, deve ser uma opção consensual entre os profissionais assistentes e o paciente. Se você é portador de alguma disfunção funcional, pergunte ao seu fisioterapeuta sobre as opções disponíveis para o seu tratamento ou acompanhamento funcional.
Referência:
1. Posadzki P, Lizis P, Hagner-Derengowska M. Pilates for low back pain: A systematic review. Complementary Therapies in Clinical Practice. 2010; xx (xx): 1-5. In press.
2. Silva ACLG, Mannrich G. Pilates na reabilitação: uma revisão sistemática. Fisioter Mov. 2009 jul/set; 22 (3): 449-55. Acesse aqui.
OBS: Respeite o trabalho alheio! Copiar estas postagens é permitido, desde que citada devidamente a fonte.
2 comentários:
Olá! Parabéns pelo blog!!! Realmente o pilates parece que é bom pra tudo!! Até para as dores nos pés...rs...
abs,
Bruna
www.pessemdor.com.br
Olá Bruna:
Obrigado pela visita.
Abraços e até logo,
Lázaro J. Teixeira
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